Acompanhar as mudanças e adaptar-se é importante para as empresas e isso passa pela aposta na formação dos trabalhadores.

Num mundo onde as mudanças sociais, tecnológicas e empresariais são cada vez mais velozes, as empresas têm de se adaptar para não serem ultrapassadas pelos seus concorrentes.

E a aposta na formação dos trabalhadores é fundamental e benéfica para todos. Para os trabalhadores, que adquirem novas competências e para as empresas, cuja produtividade sobre 5% (ou mais), assim como melhorias de performance, satisfação e rentabilidade.

Mas, há algumas empresas que ainda não apostam nesse fator, devido aos custos (diretos ou indiretos) ou à dificuldade de avaliar as necessidades concretas da empresa.

Para ajudar nesta tomada de decisão, a Fundação José Neves disponibiliza um guia com 8 recomendações.

Como apostar na formação dos trabalhadores?

1. Promova uma cultura aberta à aprendizagem na sua empresa

Só havendo abertura por parte da empresa é que a aprendizagem será possível e com isso levá-la a inovar-se e manter-se competitiva.

Nas empresas, todos têm um papel importante no desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem, mas muito depende das hierarquias superiores e dos líderes.

2. Veja a formação como um investimento para a sua empresa

Se bem aplicado, este investimento será recuperado através do aumento de produtividade dos trabalhadores.

A formação contribui não só para o desenvolvimento profissional dos trabalhadores como para aumentar a performance das empresas.

3. Há riscos, mas não receie investir nos seus trabalhadores

A aposta na formação dos trabalhadores aumenta a satisfação destes, podendo assim ser uma forma económica e eficaz de os manter na empresa.

Além disso, as ações de formação com conteúdos específicos estão tendencialmente mais associadas à retenção dos quadros.

Pode ainda incentivar os trabalhadores a participarem em formações, combinando horários, formas de financiamento e mecanismos que salvaguardem a empresa caso o trabalhador decida sair da organização.

4. Planeie e organize a empresa a pensar no valor da formação

O ideal para um investimento em formação eficaz, é ter planeamento: orçamento e gestão de recursos humanos para liderar os processos.

Isto ajudará também a que as ações de formação se apliquem aos perfis individuais dos trabalhadores e satisfaçam as necessidades da empresa.

5. Avalie com regularidade: as boas opções nascem de bons diagnósticos

Uma vez que os mercados evoluem rapidamente, avalie regularmente as necessidades de formação que a sua empresa tem e poderá vir a ter.

Se possível, faça isto para cada um dos trabalhadores. Com isto, terá os instrumentos para desenvolver um enquadramento que seja adaptado.

Assim, a empresa pode definir o conteúdo, o grau de formalização e a forma de implementação das ações de formação.

6. Não bloqueie perante os obstáculos – há sempre soluções e apoios

Há obstáculos, como os custos, o tempo da preparação e execução da formação, que podem levar a não seguir em frente. Mas uma boa organização pode contornar esses obstáculos.

Além disso, existem iniciativas, associações (de empregadores e outras) e instrumentos de políticas públicas (como o Fundo Social Europeu) que apoiam as empresas na oferta de formação aos seus colaboradores, nomeadamente a nível financeiro.

7. Estude bem as opções à sua disposição

Tenha em atenção aos prós e contras de promover ações de formação.

Informe-se sobre a oferta formativa a nível associativo ou central e, se necessário, tente criar formação à medida do que a sua empresa e os seus trabalhadores precisam.

8. Não acredite em soluções únicas e universais

As empresas têm diferenças entre si, pelo que o impacto da formação irá variar sempre em função das características das ações de formação e do perfil das empresas.

Algumas curiosidades…

  • Os ganhos de produtividade resultantes da aposta em formação podem chegar aos 5%, segundo um estudo recente sobre Portugal;
  • 50% das empresas portuguesas valorizam a formação, mas menos de 20% a promove;
  • Apenas 11% das empresas até 10 trabalhadores apostam na formação. Esse valor vai subindo quanto maior a dimensão da empresa. Nove em cada 10 empresas com 500 ou mais trabalhadores apostam na formação contínua dos seus trabalhadores;
  • As empresas portuguesas dão prioridade à formação em competências técnicas (58%) e em trabalho em equipa (31%);
  • A falta de apoio da entidade empregadora é um dos principais obstáculos à formação dos adultos. Segundo dados do Eurostat, praticamente metade dos adultos portugueses (47,6%) gostaria de apostar (ou de apostar mais) na sua educação e formação, mas não o faz.

 

A aposta na formação dos trabalhadores pode ser bastante benéfico para as empresas. Então, analise as necessidades e procure fazer esta mudança na sua empresa.