Saiba quais as tendências de mobilidade profissional a nível global. Conheça o estudo que analisa as preferências dos talentos globais.
Decoding Global Talent é uma série de relatório que analisam as tendências no vasto mundo do trabalho.
Este estudo é resultado de uma colaboração da BCG, do The Network e dos seus parceiros em mais de 150 países, incluindo o Alerta Emprego e ainda do The Stepstone Group.
Para os resultados, foram inquiridas 150.735 pessoas em 188 países.
A mobilidade virtual está a tornar-se cada vez mais popular
A adaptação ao tele-trabalho durante a pandemia (a nível mundial) abriu a porta à mobilidade virtual.
Assim, há muitas pessoas a trabalhar para um empregador localizado num país diferente daquele em que vivem.
O interesse pela mobilidade virtual continua a aumentar, 66% dos inquiridos afirmaram que considerariam trabalhar para um empregador fora do seu país.
A idade e a experiência profissional influenciam a mobilidade
Os jovens e os nativos de países com excedente de mão de obra são os que mais de deslocam.
As funções e os sectores de atividade desempenham um papel mais importante do que o nível de educação dos trabalhadores.
Então, os trabalhadores que desempenham funções nos setores tecnológico e ecológico (clima e sustentabilidade) são os mais móveis.
Além disso, os profissionais mudam-se para o estrangeiro para progredir a nível profissional e financeiro.
Outro forte motivo é ter uma oferta de emprego concreta em mãos.
Jovens são quem mais vai trabalhar para o estrangeiro
As vantagens e os serviços oferecidos pelo pelo país de destino são fatores secundários
Os fatores relacionados com as vantagens oferecidas pelo novo país têm menos importância para os inquiridos.
Isto é, sistemas sociais, cuidados de saúde, estabilidade política, melhor clima ou uma sociedade mais recetiva não são os principais fatores da mobilidade relacionada com o emprego.
Para onde querem ir os trabalhadores?
Ao longo dos anos, os estudos do Decoding Global Talent, têm revelado que a Austrália tem sido uma das preferências dos profissionais.
Assim, a economia australiana registou um boom de emprego após a pandemia, com salários elevados e grande procura de talentos.
Os dados deste estudo indicam que 76% dos entrevistados que se mudaram para a Austrália para trabalhar tiveram uma experiência positiva.
No entanto, o escalão superior da classificação não mudou muito. O Canadá e os EUA continuam a estar entre as principais escolhas.
Também o Reino Unido e a Alemanha continuam a estar entre os cinco principais
países de destino.
Top 10 das melhores cidades para trabalhar
Quais são as preferências dos profissionais na escolha do destino?
De um modo geral, falar a língua ou línguas principais do país de destino é muito importante, especialmente nos países de língua inglesa.
Além disso, recomendações pessoais de conhecidos que têm experiência no país de destino também fazem a diferença, particularmente quando se trata de países que não falam inglês.
A proximidade geográfica foi considerada menos importante, exceto entre os de alguns países asiáticos.
As pessoas também não estão preocupadas com o passaporte ou visto, pois esperam encontrar um emprego com um empregador que os ajude com as questões legais no pais.
Austrália é o país preferencial para emigrar
O que é que os trabalhadores esperam das empresas quando vão trabalhar para o estrangeiro?
Empregos que proporcionem relações positivas com os colegas, um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e uma remuneração financeira atrativa, continuam a ser importantes.
No entanto, outros como a segurança no emprego também chamam a atenção dos candidatos.
É evidente que os empregadores devem certificar-se de que compreendem e satisfazem as necessidades básicas dos futuros trabalhadores (que muitas vezes diferem consideravelmente consoante o país de origem).
Assim, segundo este estudo, os trabalhadores esperam que o seu futuro empregador ofereça as seguintes características:
- Inglês como língua oficial de trabalho (56%);
- Pacote salarial de topo (52%);
- Igualdade de oportunidades de emprego para locais e imigrantes (51%)
- Uma cultura de aceitação e de pertença (48%);
- Um processo de relocalização e e de integração (46%).
E esperam que o seu futuro empregador ofereça apoio nos seguintes domínios:
- Assistência no alojamento (79%)
- Visto e autorização de trabalho (78%)
- Apoio à realocação (69%)
- Apoio linguístico e formação (54%)
- Aconselhamento jurídico e financeiro (44%)
- Programa de integração após a chegada (44%)
- Programa de integração antes da chegada (42%)
- Mentor ou amigo imigrante (40%)
- Mentor ou amigo local (39%)
- Apoio para integrar a família (36%)
Os empregadores e os governos podem facilitar a mobilidade dos talentos
O papel dos Empregadores é atrair, apoiar e integrar ativamente os candidatos a emprego, quanto aos Governos é permitir que as empresas tenham acesso aos talentos.
Então, tanto as empresas como os governos têm um papel na mobilidade profissional, em termos de:
Planeamento e estratégia
- Empresas: prever as necessidades de talentos e elaborar uma estratégia de localização internacional;
- Governos: adotar uma abordagem estratégica para gestão da imigração.
Atração e recrutamento
- Empresas: aperfeiçoar a proposta para que se destacas e impulsionar os canais de recrutamento internacionais;
- Governos: reforçar a marca do país, com destaque para o emprego e criar parcerias bilaterais.
Deslocalização e imigração
- Empresas: oferecer um apoio alargado à relocalização;
- Governos: assegurar a aceleração do processo de seleção de competências essenciais e tornar a imigração mais fácil.
Integração
- Empresas: integração dos recém-chegados e das suas famílias e assegurar um ambiente de trabalho inclusivo e internacional;
- Governos: promover a inclusão no mercado de trabalho e a inclusão social.
Então, para atrair talentos estrangeiros, é tão importante um pacote salarial atrativo como uma cultura inclusiva e internacional.
Concluímos que um em cada quatro profissionais procura ativamente emprego no estrangeiro, que os EUA, o Canadá, o Reino Unido e a Alemanha estão entre os cinco países de destino mais desejados e que tanto empresas como governos têm um papel na mobilidade profissional.