A demissão silenciosa é um desafio para os Recursos Humanos, porque implica uma demissão voluntária do trabalho.
É caracterizada pelo abandono de tarefas e responsabilidades por parte do trabalhador, sem que a empresa tenha sinais claros disso.
Também chamada de “quiet quitting”, é o processo em que o trabalhador começa a desconectar-se de uma forma subtil e gradual do seu trabalho e da relação com a sua empresa e colegas.
Então, é importante tentar resolver essa questão, mas também conhecer bem as ferramentas para antecipar e prevenir essa situação.
Fique a saber neste artigo o que leva à demissão silenciosa e como pode agir.
Causas da demissão silenciosa
As causas podem ser múltiplas e variadas. Pode haver um gatilho, mas geralmente o que leva a essa situação é um conjunto de aspetos que são levados de forma negativa, como:
Falta de reconhecimento e recompensas
Os funcionários querem sentir que o seu trabalho é reconhecido pela empresa. Quando não são oferecidas recompensas ou reconhecimento no trabalho, além do salário, os colaboradores podem acabar por desligar emocionalmente da empresa e das tarefas que realizam.
Falta de desenvolvimento e crescimento profissional
A falta de oportunidades de crescer ou subir dentro da organização pode levar à insatisfação e desmotivação no trabalho.
Falta de comunicação e transparência
A falta de comunicação e transparência, seja com os superiores ou com os colegas, tem uma consequência clara: desconfiança e incerteza. E ninguém quer trabalhar dessa maneira.
Sobrecarga de trabalho
Isto está muito ligado ao burnout. O excesso de trabalho não é positivo para ter funcionários que desenvolvem bem as suas habilidades no trabalho.
Falta de desafios e variedade de tarefas
A monotonia pode ser frustrante. Este sinal aparece principalmente em funcionários cujas capacidades criativas são mais evidentes.
Outros problemas pessoais
Nem sempre a demissão silenciosa está relacionada à empresa, muita vez o funcionário tem outras questões pessoais a resolver que afetam o seu desempenho no trabalho.
Como identificar os sinais de uma demissão silenciosa?
Para perceber se são ou não sinais de uma demissão silenciosa, é importante conhecer bem o funcionário, para ter uma referência prévia para comparação. Então, analise estes sinais:
Redução do nível de interação e isolamento social
O comportamento em relação aos colegas pode mudar, comunica menos e quando o faz pode ser de uma forma mais agressiva ou antipática.
Falta de interesse
Se o colaborador antes mostrava interesse em aprender e melhorar e passa a não fazer mais isso, pode ser um sinal.
Falta de iniciativa
Se o funcionário tinha iniciativa e era proativo e deixou de o ser, é um alerta. Em caso de demissão silenciosa ele limita-se apenas ao cumprimento das tarefas essenciais.
Diminuição da produtividade
As tarefas do colaborador começam a diminuir, assim como a sua produtividade. Esta é uma consequência nítida para a empresa e para a saúde mental do próprio funcionário.
O que fazer para evitar?
Após identificar os sinais e as causas que levam à demissão silenciosa, é preciso encontrar uma solução. Para isso, pode tomar iniciativas como:
Comunicação aberta e transparente
É fundamental promover um ambiente onde a comunicação interna seja aberta entre os colaboradores, independentemente do cargo ou nível que tenham.
Deve mostrar ao funcionário que existe um espaço de comunicação aberta, seja virtual ou presencial, onde ele pode expressar o que sente a qualquer momento.
Conhecer bem o funcionário
Para saber se o desempenho do funcionário diminuiu, precisa de conhecer o seu desempenho anterior, para poder fazer comparações.
Uma das melhores formas para isso são as avaliações de desempenho.
Escuta ativa dos Recursos Humanos
Para saber o que está a acontecer com a equipa, deve ter uma estratégia de escuta ativa, e isso é uma questão de atitude.
As mensagens ou feedbacks recebidos devem ser analisados com consciência e empatia, para encontrar uma solução.
Incentivar o desenvolvimento profissional
A falta de conhecimento e as barreiras para o crescimento profissional atrasam a motivação do funcionário e aumentam a probabilidade de demissão.
Para evitar isso, implemente planos de formação adequados.
Planos de compensação e “benefícios”
Um salário competitivo é um incentivo para os colaboradores. Mas outros benefícios extras também o podem ser, como comissões, facilidade para trabalhar em casa, flexibilidade de horário, planos de saúde mental e bem-estar, entre outros.
Nenhuma destas ações é válida se a cultura organizacional não acompanhar o processo.
Fonte: Bizneo