A percentagem de contratos a termo nos trabalhadores mais jovens “é muito maior” nas gerações mais recentes face às mais velhas.
Um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian revela que mais de 60% dos trabalhadores nascidos na década de 90 têm contratos a termo.
“A equidade intergeracional no trabalho em Portugal”, o estudo de Pedro Martins – professor na Nova School of Business and Economics – para a Fundação, mostra ainda que não há indicação de que este fenómeno se reduza de forma significativa mesmo quando cada geração envelhece.
Em análise às gerações nascidas entre as décadas de 1940 e 1990, com base nos quadros de pessoal da Segurança Social, o estudo revela que existe “uma estabilidade pronunciada na utilização alargada dos contratos de trabalho a termo junto dos trabalhadores mais jovens”.
A acentuação desta tendência nota-se mais ao longo das últimas duas décadas, “são mais de 60% da geração nascida nos anos 90 em oposição a cerca de 40% na geração nascida na década anterior”, lê-se no estudo.
Salários das diferentes gerações pouco fogem aos 600 euros
A média de salários situa-se “entre os 600 e os 650 euros”.
Assim, este estudo revela que o aumento salarial relacionado com a escolaridade “tem vindo a descer significativamente para as gerações mais jovens”.
A educação ainda é um fator relevante para remunerações mais elevadas e menor probabilidade de desemprego. Ainda assim esse contributo é menor para as gerações mais jovens.
O estudo conclui ainda que as gerações que entram no mercado de trabalho durante uma crise económica têm a sua evolução profissional prejudicada. Os seus salários são 5% mais baixos ao longo da sua carreira, face às outras gerações.
Fonte: TSF