Os salários dos profissionais tech continuam a aumentar e o trabalho remoto para o estrangeiro pode dispará-los em 60%.
No entanto, o fosso salarial entre os profissionais tech homens e mulheres também continua a aumentar.
O salário médio anual bruto fixa-se agora em 46.334€ e, em média, os homens ganham mais 35% do que as mulheres.
Além disso, o salário dos profissionais tech podem ainda aumentar mais de 60% graças à “aldeia global”, ou seja, trabalhar remotamente para uma empresa estrangeira. Um em cada cinco profissionais está nesta situação.
Estes dados são revelado pelo relatório anual da Landing.jobs, o “Global Tech Talent Trends Report” e divulgados pelo ECO Trabalho.
Diferenças salariais mantêm-se
“No final da pandemia de Covid-19, os salários registaram um aumento sem precedentes de 36,5% (relatório de 2022)”, refere o relatório.
Isto deveu-se a empresas estrangeiras a contratarem profissionais tech portugueses para trabalhar remotamente. Estas oferecem salários muito mais altos do que as empresas locais.
Já “entre 2022 e 2023, com o advento de uma nova crise económica, as empresas corrigiram o rumo e voltaram a uma política salarial e de recrutamento mais cautelosa”.
Assim, espera-se que “os salários continuarão a aumentar, mas a um ritmo mais razoável, com as empresas a serem menos agressivas”.
No entanto, as diferenças dentro do setor continuar a ser significativas. Mais de 50 mil euros anuais separam o salário do profissional tech mais bem pago (CTO) do mais baixo (Maintenance & Support).
Enquanto que o primeiro recebe, em média, 80.843 euros brutos por ano, o segundo ganha 28.977 euros.
Além disso, a desigualdade salarial entre homens e mulheres também se torna cada vez mais evidente.
Os homens ganham, em média, mais 34,9% do que as mulheres.
Esta diferença nota-se mais em cargos de gestão (47,4%) do que nos cargos de desenvolvimento (29,3%).
Um em cada cinco trabalha remotamente para o estrangeiro
Com uma maior adoção do trabalho remoto e dos modelos híbridos – principalmente nos últimos anos – as barreiras geográficas e culturais tendem a desaparecer.
Assim, isto permite que os profissionais tech trabalhem remotamente para empresas portuguesas e estrangeiras.
Com isto, as empresas estrangeiras viram uma oportunidade. Então, o ano passado a percentagem de profissionais portugueses a trabalhar remotamente para empresas no estrangeiro já era de 18,6%, passando este ano para 22,6%.
A maior questão é o salário. A diferença de salário médio praticado entre empresas localizadas noutro país e entre empresas locais é de 60,8%.
As conclusões deste relatório resultaram de um inquérito a 2474 profissionais tech residentes em Portugal e faz parte um inquérito global a 7485 profissionais, entre Dezembro de 2022 e Março de 2023.