
As Escolas do Turismo de Portugal vão dar formação a imigrantes que queiram trabalhar no setor. Serão abrangidos cerca de mil trabalhadores
Este programa tem início em Janeiro e é uma das medidas anunciadas pelo Governo para “acelerar a economia”.
Entre as 60 medidas desenhadas pelo Governo para impulsionar a economia nacional, estava já prevista a criação de um programa de integração e formação de migrantes e refugiados no setor do turismo, com vista a “melhorar as condições de integração” destas pessoas no país.
Este programa implicará um investimento de 2,5 milhões de euros do orçamento do Turismo de Portugal. O Ministério da Economia já avançou ao Público que a formação estará a cargo das escolas do Turismo de Portugal.
Imigrantes terão de informar a AIMA a sua disponibilidade
Fonte do Governo explicou ao ECO que a formação terá a duração total de cerca de três meses, a que se soma um mês de estágio. Assim, será teórica e prática e inclui conhecimentos de línguas e formação sociocultural.
Os formandos terão direito a uma bolsa mensal com um valor correspondente ao Indexante dos Apoios Sociais, ou seja, 522,50€ e terão também um apoio para os custos de deslocação, aponta a mesma fonte.
Os imigrantes interessados terão de informar a AIMA a sua disponibilidade, cabendo, depois, a esta agência transmitir essa informação ao Turismo de Portugal.
Estágios serão promovidos pelas empresas
A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) ficará com a responsabilidade de identificar as empresas do setor que estão abertas a promover estágios destinados a estes trabalhadores.
Importa notar que em causa estão estágios remunerados, mas, neste caso, os custos ficarão a cargo das próprias empresas.
Falta de trabalhadores do Turismo tem sido um desafio
Há uns meses, a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP) Ana Jacinto, sublinhou que os mil imigrantes abrangidos representam “um bom começo”, mas um número insuficiente face aos milhares de mãos que estão em falta no setor.
A AHRESP referiu estarem em falta 40 mil trabalhadores na restauração e hotelaria, ainda na primavera deste ano.
A falta de trabalhadores tem sido transversal a toda a economia portuguesa nos últimos anos, mas o turismo tem sido um dos setores mais afetados.
O acolhimento de mão-de-obra imigrante tem sido uma das soluções adotadas. Mas há desafios, como a formação e a barreira linguística.
