Um ano após a imposição de tele-trabalho obrigatório em Portugal (fim de Março), a maioria dos portugueses afirma que prefere o tele-trabalho para o futuro.

Um estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa, da Universidade Católica Portuguesa, revelou que no final de Março, 41,4% dos inquiridos continuava em tele-trabalho.

Além disso, a grande maioria gostaria de se manter neste regime ou misto, concluiu este estudo realizado entre 27 e 30 e Março e que procurou perceber o impacto da pandemia na vida dos portugueses.

Dos dois mil inquiridos, 80,4% tem interesse em manter-se em tele-trabalho no futuro e 77,9% adotar este regime até quatro dias por semana.

Os trabalhadores que se mantêm em tele-trabalho afirmam que têm conseguido gerir o seu trabalho de forma autónoma, mas referem uma “diminuição da perceção de qualidade das condições de trabalho”.

Medidas, vacinação e hábitos de consumo

Além do tele-trabalho, este estudo avaliou ainda os níveis de satisfação dos portugueses em relação às medidas de restrição e de desconfinamento, à vacinação e ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os hábitos de consumo.

Medidas de restrição e desconfinamento

Foi inquirida a satisfação acerca das medidas de restrição durante a Páscoa, que se revelou eficaz na opinião de grande parte.

Já sobre o desconfinamento, apenas cerca de metade dos inquiridos revelou concordar com o momento da implementação das medidas.

Assim, 44,9% defende, por exemplo, que a venda ao postigo no comércio não essencial deveria ter sido permitida mais cedo, bem como de livrarias e bibliotecas (45,9%).

Em contrapartida, para 46,8% o levantamento da proibição das deslocações para fora do território continental deveria ter acontecido mais tarde.

Para a segunda, terceira e quarta fases, mantém-se a mesma tendência, com cerca de metade dos participantes a concordarem com os prazos definidos.

Vacinação e Serviço Nacional de Saúde

Relativamente à vacinação, 69,5% responderam que tencionam ser vacinados. Mais de metade (69,1%) confia nas vacinas e a maioria, 82,2%, acredita na proteção que a vacina confere.

Os inquiridos que revelaram estar indecisos (17%) ou que não tencionam ser vacinados (6,4%), justificam a escolha com o receio dos efeitos secundários ou a descrença na eficácia da vacina.

A satisfação para com as entidades envolvidas no combate à pandemia – médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares do SNS –  é considerada “bastante elevada”.

Hábitos de consumo

Os portugueses acreditam que irão voltar ao consumo moderado – como antes da pandemia – e manifestam a intenção de consumir produtos mais saudáveis e sustentáveis.

 

O estudo refere ainda que os portugueses estão mais optimistas relativamente ao futuro e mais relaxados, contentes e calmos, portanto menos preocupados, ansiosos e tensos.

Com isto, relativamente ao método de trabalho, conclui-se que a maioria dos portugueses prefere o tele-trabalho para o futuro.

Fonte: Público