A The Great Resignation (A Grande Demissão) entra numa segunda vaga, com mais pessoas a quererem um novo emprego.
Este não é um fenómeno novo, mas a segunda vaga da The Great Resignation (A Grande Demissão) parece estar mais forte e com maior contágio.
A primeira grande onda de demissões levou mais de 47 milhões de norte-americanos a mudar de trabalho. Agora, as estimativas para 2025 apontam para 46% das pessoas em todo o mundo queiram demitir-se.
Então, é preciso encontrar os motivos que levam a este fenómeno e perceber como podem as empresas evitá-lo. Este foi o tema do primeiro episódio do Work Around – uma parceria do ECO com o o GI Group Holding.
Mais de 30% das pessoas querem mudar de trabalho
Sobre este fenómeno em Portugal, não há muitos dados, mas “sentimos é que há uma vontade de mudança”, refere Inês Casaca, business manager na Grafton.
“Alguns dados apontam que já mais de 30% das pessoas querem realmente mudar de trabalho e isso significa alguma coisa”, acrescenta Edgar Sabino, chief people experience officer da Cofidis.
Segundo Inês Casaca, a procura por algo de novo é, porém, feita com “muito critério”, mais do que apenas o salário, importam a qualidade de vida, a saúde mental ou a flexibilidade.
O mais recente estudo internacional da Gi Group Holding – “The Human Factor: People and Companies in the New Global Dynamics of Work” -, revela que quase metade dos jovens portugueses com formação superior e experiência profissional considera mudar de emprego em 2025.
Este sublinha ainda a crescente reavaliação das prioridades no mercado laboral, impulsionada por novos valores como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, oportunidades de crescimento e preferência por soluções de trabalho híbridas.
Também um estudo recente da PwC sobre medos e ambições, realizado com mais de 56 mil trabalhadores de 50 países, mostra um aumento das pessoas que pretendem mudar de trabalho, passando de 19% em 2022 para 28% agora.
O que as empresas devem fazer?
A questão que se coloca é, o que as empresas devem fazer para evitar estas saídas e reter colaboradores.
Edgar Sabino, refere que talvez as “organizações, depois da pandemia, ainda não conseguiram ajustar e melhorar práticas para maximizar a retenção dos colaboradores”.
Então, para evitar saídas, as organizações devem apostar na monitorização permanente da satisfação das suas equipas e garantir um alinhamento dos colaboradores com o propósito da empresa.
Edgar Sabino acredita que ter “boas lideranças humanizadas e empáticas é fundamental” para criar ambientes de trabalho saudáveis e motivadores.
Além disso, refere que a flexibilidade é um tema crucial. Em relação ao retorno ao escritório que tem sido tema nos últimos tempos, o chief people experience officer pensa “que as organizações que optarem por esse caminho estão a criar uma barreira de atratividade de talento”.
Inês Casaca lembra que o upskilling e reskilling são mecanismos que podem ajudar a reter colaboradores.
Deixa ainda uma mensagem: “não esperar pelo momento em que se perde o talento para reagir”. A business manager acredita que saber ouvir as pessoas, compreender as suas expectativas e comunicar de forma clara e transparente são ingredientes para mais sucesso na retenção de talento.