Um em cada quatro profissionais procura ativamente emprego no estrangeiro, revela o estudo sobre as tendências do mundo do trabalho.
Este estudo da BCG, do The Network e dos seus parceiros em mais de 150 países, incluindo o Alerta Emprego e ainda do The Stepstone Group, contou com a participação de 150.735 pessoas em 188 países.
O que é que leva as pessoas a quererem mudar-se?
Há alguns fatores cruciais, como o país de origem, a demografia, os empregos e os sectores de atividade e as aspirações económicas e de qualidade de vida.
Os nativos de países com um excedente de mão de obra tendem a ser mais móveis do que aqueles que vivem em zonas onde a mão de obra está a diminuir.
Estudo: destinos de sonho e tendências de mobilidade profissional
Este estudo conclui que:
- A região com a maior percentagem de inquiridos que procuram ativamente emprego no estrangeiro é África, cuja população e a força de trabalho estão a crescer. Além disso, nos países africanos os níveis de rendimento relativamente baixos e uma taxa de desemprego relativamente elevada;
- Vários mercados do Médio Oriente (em particular, os Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita) são também de mobilidade. Apesar de estas economias suportarem rendimentos médios relativamente elevados, muitos dos seus residentes são de origem estrangeira e, por conseguinte, tendem a ser móveis;
- Algumas economias do Sul da Ásia e do Leste Asiático (nomeadamente, Indonésia, Filipinas e Índia) e a Turquia situam-se no nível seguinte de mobilidade. O crescimento demográfico é moderado ou estagnado, e o desejo de mobilidade é igualmente moderado.
- As regiões com menor mobilidade são a Europa, a América do Norte e partes da Ásia-Pacífico (Austrália e China).
- Em França, Itália e Bélgica (por exemplo), a mobilidade abrandou desde 2020. A maioria dos países deste grupo tem uma população ativa em diminuição, um mercado de trabalho forte, salários relativamente elevados e um desemprego relativamente baixo. Nestas condições, as pessoas estão menos motivadas para se deslocarem.
- A mobilidade também é baixa nos países latino-americanos México, Argentina, Chile e Brasil. Embora o PIB per capita seja baixo em comparação com o das economias do do grupo anterior, estes mercados têm taxas de natalidade relativamente baixas e registaram uma taxa de desemprego recorde após a COVID-19, o que pode ter refreado a vontade dos trabalhadores para emigrar.
Decoding Global Talent é uma série de relatórios que analisam as tendências no vasto mundo do trabalho.