A capacidade de gestão da crise e da confiança numa empresa, em tempos de mudança, é uma competência que fará toda a diferença quando enfrentar uma situação destas. Assim sendo, aprenda a melhor forma de lidar com uma eventual crise no seu ambiente empresarial.

Qualquer empresa está sujeita a passar por períodos de crise ao longo da sua atividade. Quer estes sejam desencadeados por situações internas à empresa ou externas. Ainda que cada uma delas represente um diferente género de ameaça.

“O desencadear de reações negativas”

De acordo com James & Wooten (2005), uma crise não é nada mais que uma situação com carga emocional, que uma vez tornada pública, desencadeia reações negativas nos acionistas. Isto pode levar não só à instabilidade financeira da empresa, como também da sua reputação e sobrevivência.

Citando o Institute for Crisis Management – ICM existem duas categorias de crises:

  • as crises súbitas
  • as crises latentes

1. Crises súbitas

Este tipo de crises é provocado por condições que ocorrem sem qualquer aviso e fora do controlo das empresas, onde na maioria a organização e liderança não são responsabilizadas.

2. Crises latentes

Por outro lado, este tipo de crises origina-se devido a pequenas questões internas que se desenvolvem lentamente, elevando o seu impacto quando tornado públicas aos acionistas. Nestes casos, existe uma crise por negligência da liderança.

No entanto, existem mais categorias de crises, as previsíveis e imprevisíveis, apenas para nomear algumas. Além disso, temos as crises internacionais que incluem, segundo Ulmer et al. (2010):

  • terrorismo
  • sabotagem
  • violência no local de trabalho
  • fracas relações entre colaboradores
  • gestão do risco ineficaz
  • aquisições hostis
  • liderança pouco ética

Já as crises acidentais podem abranger os desastres naturais, os surtos de doenças, as interações técnicas imprevisíveis, a falha do produto ou desacelerações da economia.

A sua empresa possui um plano definido para períodos de crise?

As consequências de uma crise para uma empresa podem permanecer durante décadas. Inesperadamente, a falta da capacidade de lidar com a crise é o que pode levar a consequências positivas e negativas.

Mas sabia que, na maioria das ocasiões, as crises apresentam sinais de alerta para a sua existência?

Este é um consenso a que chegaram os estudos de Crisis Management e Risk Management. E é, de certa forma, algo favorável para quem implementa mecanismos de prevenção e coloca a gestão de crises entre as preocupações principais da organização.

Dessa forma, o que realmente distingue as empresas que ultrapassam as crises daquelas que não o conseguem é a preparação e liderança utilizada ao longo do processo. Isto revela a importância das empresas em reconhecer as fases que constituem as crises.

De acordo com James & Wooten (2005), as crises são compostas por cinco fases que implicam excelentes competências de liderança específicas:

  1. Identificação de sinais
  2. Preparação e prevenção
  3. Controlo e contenção de estragos
  4. Recuperação
  5. Aprendizagem

São as competências de liderança que têm impacto no processo de construção da confiança. Estamos a falar da integridade, a intenção positiva, a capacidade, o respeito mútuo e a transparência.

É neste momento de crise que se torna imprescindível restabelecer e reforçar os níveis de confiança nas pessoas e nas equipas. Principalmente para que estas consigam manter o seu foco sem serem afetadas pela ansiedade.

Assim, o objetivo da liderança é manter uma equipa coesa e orientada, segundo uma visão partilhada e um sentido de propósito e missão comuns.

Como está a confiança na sua empresa?

Segundo Zanini et al. (2012), a confiança é um estado psicológico em que os indivíduos estão predispostos a colocarem-se numa posição mais vulnerável perante o outro. Sempre motivados pelas suas perspetivas positivas.

A confiança dos colaboradores nas empresas tem sido um factor em crescimento desde 2000. De acordo com o Trust Index© dos Melhores Lugares para Trabalhar, observou-se que este índice tem aumentado constantemente.

Isto leva à conclusão de que cada vez mais as empresas comprometem-se com políticas e práticas de gestão de pessoas, que geram um melhor ambiente de trabalho e potenciam o vínculo de confiança dos seus colaboradores.

Para conquistar e reforçar a confiança dos seus colaboradores é necessário assumir uma liderança de proximidade, nem que seja que através das tecnologias, numa vertente digital. É importante mostrar que os colaboradores não estão sozinhos perante as dificuldades, valorizando o contributo de cada um.

Esta abordagem vai potenciar os seus colaboradores a demonstrar uma elevada capacidade para superar desafios, utilizando de forma consciente os recursos disponibilizados, envolvendo-se ativamente na resolução dos problemas organizacionais.

Por outro lado, existem líderes que se deixam isolar por estas situações de crise. O que no fim acaba por levar à quebra de contacto com a sua equipa.

“Alguns líderes remetem-se ao gabinete, concentram-se nos seus pensamentos e, em alguns casos, atribuem-se o exclusivo da defrontação do problema”

– Rego e Cabral (2020).

Estes líderes assumem a “solidão do poder”, o que acaba por impedi-los de conhecerem devidamente a realidade e afasta-os do contacto com os seus colaboradores.

A comunicação é a base da comunicação

A fim de conquistar, manter e/ou reforçar os níveis de confiança em tempos de crise é indispensável valorizar a comunicação interna e externa.

A comunicação da empresa deve ser aberta, frequente, honesta e transparente com os seus colaboradores e clientes. Ao estar preparado para partilhar informação está a mostrar que os acionistas têm valor dentro da empresa.

Os colaboradores (e os clientes) acreditam em líderes e mantêm um nível de confiança mais elevado quando o líder partilha o poder e as dificuldades com eles, permitindo-se a si próprio e à organização mostrar a sua vulnerabilidade e que está a assumir os comportamentos que desenvolvem a confiança no ambiente de trabalho.

É essencial reconhecer que o importante não é só o que se comunica, mas a forma como se comunica.

A construção de uma cultura de confiança também incluiu a gestão de expetativas, pelo que se torna imprescindível a transmissão clara e explícita do que se espera de todos os acionistas. Além disso, é importante não esquecer que o processo da comunicação implica saber escutar.

Assim sendo, e perante tempos de crise, as empresas devem compreender a importância de mudarem de paradigma, adaptando-o a novas realidades sem a nostalgia de regressarem à “normalidade passada”e investindo na construção de um novo futuro.

Para empresas que conseguem superar os períodos de crise, estes momentos são salvaguardados como oportunidades de inovação, aprendizagem e principalmente, de crescimento.

 

Fonte: Great Place To Work

 

Saiba Mais:

A capacidade de gestão da crise e da confiança numa empresa, em tempos de mudança, é uma competência que fará toda a diferença quando enfrentar uma situação destas. Assim sendo, aprenda a melhor forma de lidar com uma eventual crise no seu ambiente empresarial.

Não deixe a pandemia afetar o seu desempenho profissional e aprenda a liderar a sua equipa face aos tempos de complexidade que surgem.

Num futuro pós-Covid, os espaços de trabalho não vão desaparecer, no entanto vão ser necessárias alterações a fim de garantir a segurança de todos. Conheça as mudanças que vão surgir num futuro próximo.

A pandemia atual tem afetado quase todas as indústrias e negócios. Assim sendo, é necessária uma adaptação por parte do Recrutamento à nova realidade da Covid-19.

A nova realidade veio desafiar as empresas a criar novas estratégias, tal como e entre outras, de que forma podem manter a cultura da empresa em regime de tele-trabalho.

De acordo com o Employer Brand Research da Randstad, existem diversos benefícios que pode oferecer aos colaboradores sem grandes custos. Conheça-os aqui.